sábado, 23 de outubro de 2010

Vós sois o sal da terra


Como diz o presidente Lula, "nunca antes na história deste país" uma eleição provocou tanto envolvimento dos religiosos no debate político. Os cristãos de uma forma geral, sejam católicos ou evangélicos, ganharam a atenção e os holofotes da imprensa como personagens principais na atual "novela da vida política". Até parece o programa "vale à pena VERDE novo", revivendo a novela "O Salvador da Pátria".

Como uma reação à derrota nas urnas da "candidata evangélica", o debate e suas consequentes decisões, têm sido formatados sob a esfera da religião. Não que este tema seja inadequado ou desnecessário numa tomada de decisão, muito pelo contrário, são discussões essenciais e devem fazer parte das preocupações da população em defesa da moral e dos bons costumes. O que não pode acontecer, é uma transferência de responsabilidade por parte dos cristãos, desejando que a restauração de uma sociedade perdida e dominada pelo pecado, seja desenvolvida por ações políticas e protagonizadas por "representantes" "criteriosamente" escolhidos.

A revista ÉPOCA em uma matéria que tem como título "Deus entrou na eleição" mostra como o debate sobre Deus e o aborto interfere no segundo turno das eleições e pode inaugurar uma nova fase na política brasileira. O pastor Silas Malafaia e o bispo Edir Macedo travam batalhas que já tomaram o espaço televisivo, com trocas de agressões, calúnias e o que é pior: com testemunhos incompatíveis com o cristianismo.

Quando o Senhor Jesus proferiu as seguintes palavras: "vós sois o sal da terra" ele não estava orientando os seus discípulos a escolherem pessoas ou representantes "salgados", e que fossem capazes de agir conforme seus ensinamentos. A instrução era para OS DISCÍPULOS, que no contexto atual, somos nós, cristãos, a Igreja de Cristo. Ao se debruçar sobre a mesa do debate político, a Igreja está negligenciando o seu papel de ela mesma, sem intermediários políticos, ser sal e ser luz num mundo perdido e carente, não da força dos votos, processados por uma urna eletrônica, mas carente e sedento do Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crer. O mundo (ou o Brasil) só será melhor, quando a igreja cumprir a sua missão de ir, pregar, ensinar e, principalmente, testemunhar a respeito dAquele que é maior do que qualquer governo, pois todos os governantes são estabelecidos graças à sua vontade, pois "não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas." (Rm 13:1)

Por isso, queridos, ao invés de lançarmos nossas esperança de um Brasil melhor, ou de um mundo melhor na dependência de um governo de "boas intenções", façamos conforme instruiu o Apóstolo Paulo quando escreveu ao pastor Timóteo: "Antes de tudo, pois, exorto que se use como prática, orar, interceder e suplicar por ações de graça em favor de todos os homens, em favor dos Reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus.." (1a Tm 2:1-3). Vivamos pois, de modo digno para que vejamos o cumprimento da promessa: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" (2a Cr. 7:14)